Mais de 100 são detidos na Inglaterra em protestos anti-imigração

Milhares de manifestantes voltaram a entrar em confronto com a polícia, durante a noite de quarta-feira (31), em Londres, Manchester e Hartlepool. Os protestos começaram após um esfaqueamento em Southport, que deixou 3 meninas mortas.

A violência nas ruas britânicas levou a “mais de 100 pessoas presas” e vários feridos. Na capital, os manifestantes anti-imigração concentraram-se perto da residência oficial do primeiro-ministro, em Downing Street. Eles gritavam “salvem as nossas crianças” e “queremos o nosso país de volta”.

De acordo com as autoridades de Cleveland, um carro de polícia foi incendiado depois de uma multidão ter se concentrado na área de Murray Street, em Hartlepool. Durante os protestos, os policiais foram atacados com diversos objetos, como garrafas de vidro e ovos. Oito pessoas foram presas.

Em Manchester, uma grande manifestação ocorreu junto ao hotel Holiday Inn, na Oldham Road, ao fim do dia de quarta-feira, relatou o Manchester Evening News.

Nesta ação de protesto, cerca de 40 pessoas – homens e crianças – usavam balaclavas ou gorros. O jornal afirma que a manifestação “parecia ser uma posição contra os requerentes de asilo atualmente alojados no hotel”.

Detenções

Já em Londres, os protestos que envolveram manifestantes de extrema-direita tornaram-se mais violentos.

Sob o lema “Basta”, as ruas perto do Parlamento e da residência oficial do primeiro-ministro, Keir Starmer, em Downing Street foram palco de confrontos com a polícia.

Latas de cerveja e garrafas de vidro foram arremessadas contra a polícia de choque em frente à Downing Street. Os manifestantes atiraram ainda sinalizadores de fumaça contra a estátua de Winston Churchill na Praça do Parlamento.

“Mais de 100 pessoas foram detidas por delitos, incluindo desordem violenta, agressão a um trabalhador de emergência e violação das condições de protesto. Alguns policiais sofreram ferimentos leves”, comunicou a Polícia Metropolitana.

 Keir Starmer reúne-se nesta quinta-feira (1°) com a polícia. No encontro, o primeiro-ministro trabalhista pretende “oferecer a eles o total apoio do governo após vários incidentes de grande repercussão de violência extrema e desordem pública nas ruas”.

“Embora o direito aos protestos pacíficos deva ser protegido a todo custo, o primeiro-ministro deixará claro que os criminosos que exploram esse direito para semear o ódio e realizar atos violentos enfrentarão toda a força da lei”, acrescentou o Número 10 de Downing Street.

Entenda

As desordens começaram depois de informações alegadamente falsas nas redes sociais alegarem que o suspeito do ataque a facas seria um migrante islâmico radical. Após o ataque, eclodiram os primeiros confrontos na cidade de Southport, na terça-feira (30).

A polícia tem restrições legais quanto aos detalhes que pode fornecer sobre o suposto agressor adolescente. No entanto, informou que trata-se de um cidadão de 17 anos e, por isso, restringe da divulgação de informações.

Segundo a polícia britânica, o ataque a faca não estava relacionado com terrorismo. As autoridades afirmam ainda que o suspeito nasceu na Grã-Bretanha. O caso do esfaqueamento em Southport continua em investigação.

Na segunda feira passada, durante uma aula de dança em Hart Street, Southport, o adolescente teria feito o ataque a facas que matou as três meninas. Outras oito crianças ficaram feridas, cinco em estado crítico. Dois adultos também ficaram gravemente feridos.

O acusado foi detido preventivamente e comparecerá ao tribunal de magistrados de Liverpool, na Derby Square, ainda esta quinta-feira.


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