Mais de 250 mil alunos do 2º ao 5º ano do ensino fundamental da rede pública participam hoje (11) da segunda etapa da 1ª Olimpíada Mirim de Matemática (Obmep Mirim), promovida pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa). O número correspondente a cerca de 10% dos 2,7 milhões de estudantes inscritos na primeira fase, que foram classificados para esta segunda prova da Olimpíada, destacou, em entrevista à Agência Brasil, o diretor adjunto do Impa e coordenador-geral da Olimpíada Brasileira de Matemática (Obmep), Claudio Landim.
Ao todo, 19 mil escolas de todo o Brasil participam da competição de matemática, em sua primeira edição no país.
As provas da segunda fase têm 15 questões objetivas, de múltipla escolha, como ocorreu na primeira fase. Landim observou que como se trata de crianças menores, provas mais longas seriam cansativas. Por outro lado, os testes são corrigidas pelos professores dos próprios estudantes. “Por isso, são questões de múltipla escolha e bem visuais porque as crianças ainda têm dificuldade de entender o enunciado”. O conteúdo abordado corresponde ao grau de escolaridade dos alunos, divididos nos níveis Mirim 1 (2º e 3º ano do ensino fundamental) e Mirim 2 (4º e 5º ano do ensino fundamental).
Para o diretor adjunto do Impa, o resultado atingido pela 1ª Obmep Mirim já firmou o evento no calendário nacional. “A adesão se confirmou. As escolas que se inscreveram na primeira fase estão participando da segunda fase. Nós temos uma capilaridade em todo o Brasil. Estamos muito otimistas, inclusive porque este é o primeiro ano. As escolas ainda estão se adaptando a essa prova”.
Landim lamentou que, em razão do orçamento limitado, o Impa não tenha enviado as provas da segunda fase impressas às escolas, como ocorre na Obmep do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio. “E isso inviabilizou a participação de muitas escolas, que não se sentiram capazes de aplicar a primeira fase”. Já na segunda fase, as escolas recebem as provas impressas, com os gabaritos, por se tratar de um número menor de estudantes.
Escolas privadas
O coordenador espera que, ao longo dos anos, o Impa consiga encontrar novos parceiros que permitam viabilizar a impressão e o envio das provas e que a adesão aumente. “Já é nossa intenção convidar as escolas privadas no ano que vem, para participarem da olimpíada”. Ele acredita que o número de inscritos se amplie ainda mais. Landim afirmo que todos os problemas e quebra-cabeças propostos vão auxiliar os professores a utilizá-los em sala de aula nos próximos anos. “Porque a ideia, junto com as provas, é que a gente comece a produzir material didático e brincadeiras de matemática que possam ser utilizadas pelos professores em suas aulas”.
O professor não tem dúvida de que isso ajudará a tornar a matemática uma disciplina mais agradável de se aprender. “Mostrar que a matemática pode ser divertida, lúdica”.
Para Landim, apesar de ser uma olimpíada, a intenção não é fazer disso uma competição entre as crianças. Ao contrário, insistiu que as crianças não estão competindo umas com as outras e podem, inclusive, resolver os problemas juntas. “A ideia é cativar as crianças para a matemática, mostrar que a matemática pode ser uma coisa mais divertida do que se imagina ou do que os pais possam pensar”.
O Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) é uma unidade de ensino e pesquisa qualificada como Organização Social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e ao Ministério da Educação (MEC).
A 2ª Obmep Mirim será lançada em março de 2023 para todo o Brasil, já incluindo as escolas privadas. O cronograma prevê a realização das provas nos meses de agosto e outubro.
A meta é manter as datas próximas da Obmep do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, de modo a constituir a Semana da Olimpíada, fazendo com que todas as escolas do país estejam mobilizadas em torno da Olimpíada da Matemática, disse o coordenador-geral da Obmep.
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